sábado, 25 de setembro de 2010

Manoel de Barros

"A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado"

(Poeta Manoel de Barros)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A alegria indizível...

“A alegria indizível e inegociável é ver as flores se abrindo às borboletas e às abelhas, e o fruto

 tomando forma e cor, substância e paladar, oferecendo-se a todos os sentidos:

à mão, à boca, aos olhos, ao nariz e ao ouvido, ligados por alma, espírito e corpo – pelo amor.
 Lá fora há tantas pessoas que não podem contar tantos pequenos mundos e


A Flor e a Borboleta, obra de Rita Zanfra
 Outros universos, mistérios, amores, ódios.


 Há tantos seres divinamente amados e seres malignamente odiados


 Tantas possibilidades e ventos e tempestades e terremotos


 Lá fora há tantas vidas...”



Do livro A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS, Pietro Nardella-Dellova. São Paulo: Scortecci, 2009. Pg. 109/110

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VERSOS DE ORGULHO - Florbela Espanca

O mundo quer-me mal porque ninguém


Tem asas como eu tenho ! Porque Deus


Hibisco Vermelho, obra de Rita Zanfra
Me fez nascer Princesa entre plebeus


Numa torre de orgulho e de desdém.


Porque o meu Reino fica para além ...


Porque trago no olhar os vastos céus


E os oiros e clarões são todos meus !


Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém !



O mundo ? O que é o mundo, ó meu Amor ?


__O jardim dos meus versos todo em flor ...


A seara dos teus beijos, pão bendito ...




Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços ...


__São os teus braços dentro dos meus braços,


Via Láctea fechando o Infinito.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

 O Beijo, obra de
Rita Zanfra

"... eu venho de longe seguindo o perfume dos seus lábios, rindo, às vezes, numa alegria que se encontra, apenas, no início da primavera: o riso dos seus lábios é Poesia... eu venho, certamente venho, depois de tanta espera, pelo brilho dos seus olhos, em que tenho calma: neles canta a minha alma: por seus olhos caminha a Poesia... como caminha o vinho por todo o corpo: que jorra da sua boca para o caminho da minha boca e escorre pelo rosto e pelo jeito de tal jeito repousando no umbigo dos nossos amores em que mergulhamos o pão, nostro pane, e nada mais importa: nem o dia, nem a tarde, nem a noite, só a Poesia que arde e bate à porta. Principessa, traga-me agora à boca o mel da sua boca..."

Do livro A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS, de Pietro Nardella-Dellova, Ed. Scortecci, 2009, Pg.65